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cheia,
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F11 -
Faltou
algo
em
sua
palestra
sobre
o
Caminho
de
Santiago,
diz-
me
uma
peregrina,
assim
que
saímos
da
Casa
de
Galícia,
em
Madri,
onde
minutos
antes
eu
acabara
de
dar
uma
conferência.
-
Deve
ter
faltado
muita
coisa,
respondi,
rindo.
-
Eu
estou
falando
sério,
disse
ela.
Faltou
comentar
sobre
o
ritmo.
O
ritmo
é
o
que
há
de
mais
importante
na
vida
de
uma
pessoa,
e
se
ela
não
respeita
a
velocidade
de
como
os
fatos
ocorrem
em
sua
vida,
termina
ficando
desesperada
à
toa.
Tenho
notado
que
a
maioria
dos
peregrinos
-
seja
no
Caminho
de
Santiago,
seja
nos
caminhos
da
vida
-
sempre
procura
seguir
o
ritmo
dos
outros.
No
início
de
minha
peregrinação,
procurava
ir
junto
com
meu
grupo.
Cansava-me,
exigia
de
meu
corpo
mais
do
que
podia
dar,
vivia
tensa
e
terminei
tendo
problemas
nos
tendões
do
pé
esquerdo.
Impossibilitada
de
andar
por
dois
dias,
entendi
que
só
conseguiria
chegar
a
Santiago
se
obedecesse
meu
ritmo
pessoal.
Demorei
mais
que
os
outros,
tive
que
andar
sozinha
por
muitos
trechos
-
mas
foi
só
porque
respeitei
meu
próprio
ritmo
que
consegui
completar
o
caminho.
Só
termina
qualquer
coisa
nesta
vida
quem
o
faz
dentro
de
suas
possibilidades.
-
Mas
não
é
preciso
ousar,
arriscar?
perguntei.
-
Arriscar
não
é
sinônimo
de
perder
o
controle,
foi
a
resposta.
05/10/2003