E de repente vem aquela  saudade 

enorme...um desejo de olhar, de  tocar,

de  sentir  o  cheiro  e  de  fazer  parte 

daquele sorriso...melhor que isso, ser

responsável por ele.

Sonhos, apenas sonhos...necessidades

unilaterais  causam  transtornos  e

confusão afetiva.

O tempo passa,  carrega como  uma

enchente  as chances de reaproximação

 e no entanto, deixa o sentimento para

trás...parece que o afeto se mantém 

preso  a um galho qualquer e suporta

 a correnteza sem grandes problemas.

Como crer novamente...o chão me 

parece tão inatingível.

As tentativas de tocar o solo são em  vão.

A cada nova investida tenho a sensação

de afogamento...não há bóias.

Em algum lugar há um pier...mas

onde?

Os faróis se encontram em total

escuridão mas ela não me  assusta pois

o  cheiro  de  vida  penetra  por  meu 

corpo.

Guio-me  pelas  poucas  estrelas  que 

consigo identificar...elas brilham num

ato de complacência com a minha dor.

Ouço  apenas  um  chamado...quase 

enlouqueço mas me controlo!

Tantas  lembranças... tanta vida...

tanto...amor...

O sol aquece e ilumina esperanças que

teimam em não desistir, ela persiste

e eu enfraqueço.

Um grito abafado busca uma saída 

mas me parece que todas as portas estão

lacradas.

Enfim, desistir desse caminho é tão 

difícil quanto permanecer nele.

Preciso decidir logo, despertar e parar

de refletir você

 

 

Direitos Autorais Reservados

 

Com autorização da autora - 15/02/2001