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Se eu fosse apenas uma rosa,
com que prazer me desfolhava,
já que a vida é tão dolorosa
e não te sei dizer mais nada!

Se eu fosse apenas água ou vento,
com que prazer me desfaria,
como em teu próprio pensamento
vais desfazendo a minha vida!

Perdoa-me causar-te a mágoa
desta humana, amarga demora,
 de ser menos breve do que a água,
mais durável que o vento e a rosa...

Autora: Cecília Meireles

 1901-1964

 

17/11/2002