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Tanto de sonho lhe hão chamado a vida

Que por sonho eu a tenho e me convenço

Que tudo nela é sonho, breve ou extenso,

Pouco importa, querida.

Foi sonho aquela vez primeira que nos vimos.

A última sonho foi; o primeiro abraço

Em que os dois nos unimos;

Sonho o dia em que tu entraste por meu braço

Num templo, e logo após na casa que foi nossa;

Sonho o ver-me então moço e o ver-te

também moça...

Vinte anos todos de felicidade!

E de improviso tudo acaba, tudo...

Mas esta dor sem fim, esta saudade,

Aquele golpe rudo,

Tredo e medonho,

-Devo-me conformar - não passou tudo

De um sonho que sonhei dentro do grande

Sonho.

 

 

 

Poesias, 4º Série, 1928

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08/04/2002

Atualizado em 1311/2003